sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A alma dos diferentes é feita de uma luz além. A estrela dos diferentes tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os poucos capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão os maiores tesouros da ternura humana. De que só os ...diferentes são capazes. Jamais mexam com o sentimento de um diferente. Ele é sensível demais para ser conquistado sem que haja conseqüência com o ato de o conquistar. Artur da Távola

Encontros e Desencontros do Amor Cada encontro está carregado de perda. Ou de perdas. As vezes duas pessoas que se amam (amigos, casados, solteiros, amantes, namorados) se encontram e são felizes. Ao fim da felicidade, um deles chora. Ou fica triste. Ou bai- xa os olhos. Ou é invadido por uma inexplicável melancolia. É a perda que está escondida no deslumbramento de cada encontro. O encontro humano é tão raro que mesmo quando ocorre, vem carregado de todas as experiências de desencontros anteriores. Quando você está perto de alguém e não consegue expressar tudo o que está claro e simples na sua cabeça, você está tendo um desencontro. Aquela pessoa que lhe dá um extremo cansaço de explicar as coisas é al- guém com quem você se desencontra. Aquela a quem você admira tanto, que lhe impede de falar, também é um agente de desencontro, por mais encontros que você tenha com as causas da sua admiração por ele. A pessoa que só pensa naquilo em que vai falar e não naquilo que você está dizendo para ela é alguém com quem você se desencontra. Alguém que o ama ou o detesta, sem nunca ter sofrido a seu lado, é al- guém desencontrado de você. Cada desencontro é perda porque é a irrealização do que teria sido uma possibilidade de afeto. É a experiência de desencontros que ensina o va- lor dos raros encontros que a vida permite. A própria vida é uma espécie de ante-sala do grande encontro(com o to- do? o nada?). Por isso talvez ele nada mais seja do que uma provocação de desencontros preparatórios da penetração na essência DO SER. Mas por isso ou por aquilo, cada encontro está carregado de perda. E no ato de sentir-se feliz associa-se a idéia do passageiro que é tudo, do ama- nhã cheio de interrogaçãoes, da exceção que aquilo significa. A partir daí, uma tristeza muito particular se instala. A tristeza feliz. Tristeza feliz é a que só surge depois dos encontros verdadeiros, tão raros. Encontros verdadeiros são os que se realizam de ser para ser e não de inteligência para inteligência ou de interesse para interesse. Os encontros verdadeiros prescindem de palavras, eles realizam em cada pessoa, a parte delas que se sublimou, ficou pura, melhor, louca, mas a parte que responde a carências e às certezas anteriores aos fatos. É mais fácil, para quem tem um encontro verdadeiro, acabar triste pela certeza da fluidez da felicidade vivida do que sair cantando a alegria da felicidade vivida ou trocada. Quem se alegra demais se distancia da felicidade. Felicidade está mais próxima da paz que da alegria, do silêncio do que da festa. Felicidade está perto da tristeza, porque a certeza da perda se instala a cada vez que estamos felizes. É esta certeza - a da perda - que provoca aquela lágrima ou aquela an- gústia que se instala após os verdadeiros encontros. Há sempre uma despedida em cada alegria. Há sempre um "E depois? após cada felicidade. Há sempre uma saudade na hora de cada encontro. Antecipada. Disso só se salva quem se cura, ou seja, quem deixa de estar feliz para ser feliz, quem passa do estar para o ser.

A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. E....nessas moradas estão tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são CAPAZES. Artur da Távola

Abrir caixas, cestas e pacotes aos poucos é mergulhar na fantasia...A vida e o futuro são essas caixas que vamos abrindo a cada dia, sem saber o que há la dentro, sorriso ou frustação Artur da Távola

"Que a vida ensine que tão ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la. Que o abraço abrace. Que o perdão perdoe. Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo..." - Artur da Távola